segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Quanto a intenção é boa

É difícil acreditar que nem sempre, mesmo que tenhamos a melhor das intenções, é possível fazer alguma coisa por alguém. A confiança nas boas intenções está em baixa ou simplesmente não damos valor às oportunidades que a vida nos oferece. Vivemos uma cultura que prega o  “toma lá da cá”,ou ainda “o que ele quer ganhar com isso”. Não se pensa mais em não perder uma oportunidade que às vezes cai do céu e deixamos passar por pura inconseqüência ou imaturidade.

Existem pessoas que lamentam não terem a chance de melhorar de vida, porque ninguém acredita nelas ou porque seus talentos e valores não são reconhecidos, mas esquecem de mostrar isso para que depois venha o reconhecimento.

Existem outros que esquecem a humildade e se acham melhores que muitos e não se sujeitam a começar com pouco para ir crescendo na medida de sua capacidade, acham que é melhor nada do que pouco.

Nada é fácil na vida, e não estamos aqui a passeio. Estamos aqui para conquistar nosso lugar a custa de muito suor, boa vontade e disposição agarrando toda e qualquer oportunidade que nos apareça, pois só assim conseguiremos ir em frente.

Ser esperto é saber aproveitar as chances que nos aparecem, ou ainda reconhecer quando alguém quer nos ajudar, cheio de boas intenções e corresponder as expectativas.

domingo, 14 de novembro de 2010

Não serve mais, joga fora

 

As relações humanas estão cada vez mais superficiais, descartáveis e egoístas. O receber está prevalecendo sobre o dar. Esperamos demais dos outros e não admitimos que esperem nada de nós. Cobramos atenção e carinho e nos aborrecemos quando nos cobram essa mesma atenção e carinho, porque cobranças nos sufocam. Não queremos ser responsáveis pela felicidade de ninguém mas culpamos os outros pela nossa infelicidade, e por aí vai.

Hoje tudo é muito rápido, não temos tempo de conhecer realmente as pessoas com profundidade, os laços não são duradouros, mas é claro que existem exceções, para o que na verdade deveria ser a regra.

Hoje a tolerância, a compreensão e o interesse pelo outro estão num nível tão baixo que quase não se percebe, não temos tempo a perder, então partimos para outra e depois para outra e outra, e assim vamos atropelando a vida e pisando no sentimento dos outros e os outros vão pisando nos nossos.

Não estou querendo radicalizar, encontro aqui e ali pessoas com conteúdo, com consciência e com coração, mas lamento não ser a maioria.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Me ajude a te ajudar

Pode a princípio não fazer muito sentido, ou até soar meio estranho mas na realidade talvez seja a definição mais pura do que podemos fazer para contribuirmos de forma construtiva com as pessoas a quem amamos.

Se pensarmos bem a respeito disso, vamos descobrir que ajudar não significa fazer algo por alguém, mas sim fazer esse alguém fazer algo por si mesmo. Não significa mostrar caminhos e opções, mas sim estar do lado quando esse alguém faz suas opções ou escolhe seu próprio caminho.

Por mais incoerente que possa parecer quem pede ajuda precisa primeiro querer se ajudar. As respostas aos nossos problemas ou dilemas estão dentro de nós mesmos, embora às vezes não consigamos ver isso com clareza. Ajudar alguém a se ajudar, é apenas mostrar que é possível descobrir essas respostas.

Na verdade, acho que não estamos preparados para isso. No geral, ajudar é fazer algo por alguém, mesmo que esse algo não seja exatamente o que essa pessoa precise. Não me refiro a ajudar alguém a atravessar a rua, um idoso a carregar suas compras, dar esmolas para um ceguinho, e outras coisas mais. Me refiro a ajudar uma pessoa a se resolver, ou seja, a se ajudar.