quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Pura e simplesmente finalizações

Tudo tem um fim para que haja um novo começo. Porque resistimos tanto a aceitar o fim de alguma coisa na nossa vida? Mesmo sabendo que a morte é o fim de tudo, acreditamos que existe uma outra vida após a morte, seja ela de que jeito for. Precisamos acreditar em alguma coisa que justifique a nossa existência, não admitimos a possibilidade de sermos apenas um organismo vivo, como qualquer outro na natureza, que tem seu ciclo de vida e morre.
Falo nisso por analogia, ou seja, resistimos a aceitar que qualquer coisa nas nossas vidas tenha um fim, simplesmente acabe. Procuramos manter situações, relacionamentos, coisas e até tragédias porque tememos o fim, pois o fim acaba com a esperança e sem esperança perdemos a vontade de lutar. Criamos vínculos, elos, lembranças para manter ilusoriamente em nossas vidas aquilo que já acabou.
Na minha opinião, o principal problema que atinge a todos e paralisa muitos é o medo. Uma palavra tão pequena para descrever um sentimento tão poderoso capaz de destruir qualquer possibilidade de uma vida mais feliz e completa.
Os tempos modernos nos condicionaram a ter medo de tudo e de todos. Confundimos o medo com o instinto de sobrevivência. O instinto nos protege, o medo nos paralisa.
Para que fique claro, estou me referindo ao aspecto psicológico, da nossa resistência em aceitar o fim pura e simplesmente, sem questionarmos o porque acabou, será que devia ter acabado, ou ainda será que acabou mesmo.
Precisamos aprender que estamos em constante transformação e isso acarreta algumas finalizações, alguns ajustes e até algum sofrimento, mas os benefícios são sem termos de comparação muito maiores.
Precisamos aprender a colocar um pouco de profundidade nas nossas vidas, já que somos animais pensantes, devíamos agir mais como pensantes do que como animais.
Acho complicado fazer entender o fim, como total desapego a favor da nossa paz de espírito, do nosso equilíbrio, da nossa harmonia com o universo. Seria fácil entender o fim de um problema ou de uma doença, mas o fim de algo que somos ou que nos fazem ser, fica mais complicado visualizar.
Mas não importa o quanto seja complexo, o importante é que não tenhamos medo de por um fim naquilo que mereça um fim. O importante é finalizarmos o que é necessário pura e simplesmente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário